Por diversas
vezes nos deparamos com aquários lindos, plantas esbanjando saúde, água
cristalina, peixes muito bem adaptados. Quantas vezes você pensou: “Poxa,
minhas plantas poderiam ser assim! O que posso fazer para obter este resultado
fabuloso?”. A resposta está ligada por alguns pontos: rotina de manutenção,
iluminação, filtragem, CO2, fertilização, alimentação dos peixes, etc. Vamos
abordar a tríade iluminação, fertilização e CO2 para entender como não limitar
nossas plantas e ter uma vasta flora!
Se o seu
aquário estiver com plantas estagnadas no crescimento, o quê você faria com os
fatores iluminação, fertilização e CO2? Aumentaria a luz? Colocaria mais PO4
(fosfato)? Calma, não é bem assim... Estudos feitos pela Tropica com RICCIA FLUITANS (na relação entre luz e
CO2), indicaram que a melhor saída é o aumento dos níveis de CO2. Alguns
aquaristas renomados tem atestado esta condição.
A luz é captada pela clorofila e rapidamente
transformada em energia química (ATP), energia redutora (NADPH) e mais alguns
produtos durante a fotossíntese. Elas aproveitam estes produtos da fotossíntese
e transformam suas enzimas para o trabalho de captar o que estiver
necessitando. Em condições de pouca luminosidade as plantas tem um nível de
desenvolvimento e consumo de luz e nutrientes. Quando nos deparamos com o
cenário acima o aumento de CO2 levará a uma disponibilidade maior de carbono na
coluna d’água. Sabendo que a fotossíntese só acontece na presença de luz e que
as plantas utilizam melhor o CO2 do que o bicarbonato (suas duas principais
fontes de carbono) por não ter desperdício energético, ela capta este carbono,
transforma em glicose pelo ciclo de Calvin, se alimenta e começa a se
desenvolver. Cada planta tem um ponto de rendimento e as algas também tem. Por
terem estruturas mais simples, o ponto de rendimento das algas é menor. Se você
aumenta a luz e não adiciona mais CO2, você até provoca um crescimento nas
plantas, mas devido a pouca disponibilidade de carbono, num dado momento, esta
luz deixa de ser aproveitada e aí as algas entram em ação com mais força. Neste
momento você tem um fator limitante que é o CO2, e com luz sobrando teremos um
boom de algas!
A luz é,
praticamente, o acelerador do crescimento das plantas. Se em algum momento
deixarmos de nutri-las, levando a uma limitação de nutrientes, teremos
desperdício e as algas vão aproveitar. A lei de Liebig vem ao encontro neste
momento. Ela prevê que um nutriente e somente um basta para limitar o
crescimento das plantas. Desta forma, se algum nutriente está muito baixo ou ausente
(K, PO4, NO3...), não adianta eu ter luz e CO2 suficientes. O baixo nível de
qualquer nutriente pode prejudicar o sistema de alimentação e crescimento da
planta. Neste momento entra em campo a fertilização.
A fertilização
é um assunto muito discutido e bastante controverso. Antes de iniciar a
fertilização, indico que você meça os nutrientes da sua água, tenha luz suficiente
e garanta que o nível de CO2 esteja adequado (indico ~30ppm) e alinhado com uma
circulação de água eficiente. Os nutrientes que geralmente medimos são PO4 (fosfato)
e NO3 (nitrato) para verificação dos macronutrientes e o Fe (ferro) para os
micronutrientes. Existem alguns muito bons no mercado. Medição feita, luz e CO2
adequados? Hora da fertilização! Mas quando e como fertilizar? Assunto para
nosso próximo artigo...
Próximo artigo: A fertilização e
as algas.
Parabéns ao escritor e toda a galera do blog que trabalha para produzir conteúdo excelente como este!
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